O ENFRENTAMENTO DO CRIME DEVE SOMAR ATITUDES E EXPERIÊNCIAS POSITIVAS DE QUALQUER SETOR, SEM PRECONCEITO.

Como aprendiz de feiticeiro, o governador Elmano de Freitas, do PT, está mostrando os dentes no enfrentamento das facções, depois que cutucou, com vara curta, infelizmente, o crime organizado, no caso do Ceará, sobretudo o PCC e o CV. Os líderes dos dois grupos não gostaram da bazófia do governador: “bandidos serão tratados como bandidos”. Em resposta, vários crimes começaram a ocorrer em vários locais da Capital e até no interior do Estado, no caso o município de Viçosa, onde foi realizada uma chacina que deixou oito e mortos a tiros e um ainda internado em estado grave.

O governador acabou entendendo que os crimes são uma resposta ao seu desafio e reagiu endurecendo o jogo. Gravou um vídeo, colocado nas redes sociais em que ele disse ter acompanhado com “imensa indignação a ação covarde de criminosos contra nossa população. Não nos intimidaremos”. Elmano diz ainda que deu ordem aos integrantes da área de segurança para “derrotar as facções, com prisões, garantindo a paz no Ceará”.

E não vai haver recuo, conforme revela o governador. Se o contingente policial que tem o Ceará não for suficiente, ele solicitará ajuda ao governo federal. O contato já foi feito e o ministro da Justiça e Segurança, Ricardo Lewandowski, garantiu que está à disposição.

Em verdade, pelo que já foi dito, o enfrentamento é o único caminho. Acordo, como aconteceu no passado, quando o ministro Camilo Santana era o governador, não tem espaço hoje. Elmano entendeu e tratou de se legitimar criando a parceria de um grupo, que batizou de Comitê Estratégico de Segurança Integrada (COESI), composto por toda estrutura do poder do Estado. E a primeira reunião, sob a liderança do governador, já foi feita, resultando na definição de cinco pontos definidos como importantes para o combate ao crime organizado:

1 – Fortalecimento da Vara de Delito de Organizações Criminosas;

2 – Fortalecimento do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco);

3 – Fortalecimento da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco);

4 – Ampliação imediata do Setor de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social e reforço de estrutura e pessoal da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce);

5 – Alinhamento entre Governo Federal e estados para a construção de um plano nacional de combate à violência.

Somente com promessa de fortalecimento é bom que se diga que o combate vai se estender a anos e os resultados serão minguados. Muito mais é preciso, sobretudo na definição das ações das polícias e nas questões judiciais. Claro que também na integração total de todos os órgãos da segurança pública em todas as esferas, até agora uma atitude tímida. Também não pode ser esquecida a inteligência, a tecnologia e as experiências exitosas, onde quer tenham ocorrido, sem preconceito.

As barreiras políticas são quase instransponíveis, mas se o Estado pode somar esforços com a estrutura federal, por que não pode agregar as estruturas municipais? Esperar que tal atitude somente seja possível em alinhamentos eleitorais é apequenar o entendimento e político e a inteligência humana. A Guarda Municipal de Fortaleza poderia agregar quantos meios e efetivo. Da mesma forma, os 183 municípios cearenses. Em São Paulo, a Guarda Municipal ajuda muito, atua armada e fazendo prisões. Já Polícia Militar paulista pode atuar processualmente em delitos de menor importância, o que reduz o tempo de PMs em delegacias na entrega de acusados de crimes.

A segurança, a tranquilidade das pessoas são mais importantes do que mesquinhas disputas políticas.

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